O Campo dos Recursos Humanos em Saúde no Mercosul

Um obstáculo previsível dos processos de integração são as inevitáveis e históricas diferenças existentes entre os sistemas de formação profissional nos países signatários. No caso dos médicos, contrapor-se-ão os diferentes desenvolvimentos curriculares de muitas dezenas de escolas com modelos formativos específicos para brindar um produto aparentemente uniforme. Porém, apesar da complexidade desse caso, será sem dúvida mais simples que a normatização do que se há de entender no Mercosul por “enfermeira” ou “técnico de serviços auxiliares”, para os quais existem inclusive diferenças de definição no interior de cada país. Muitas das universidades públicas dos países debatem-se entre os problemas orçamentários e a superpopulação estudantil, deixando pouco espaço para o trabalho de preparação para os processos de integração. Até agora, tais esforços têm-se resumido aos procedimentos gerais de revalidação de títulos estrangeiros, em geral embaraçosos devido às dificuldades intrínsecas já mencionadas e pela inexistência de um marco geral favorecedor. Talvez a circunstância da integração reative, sobre outras bases, as instâncias de planejamento educacional, agora com um conteúdo regional, em que ele atue como um sistema de monitoramento da produção e distribuição de profissionais e se vincule a sistemas de informação de mercado de trabalho em nível subregional. É nesse sentido que adquirem importância as diferentes condições de acesso às instituições de formação superior vigente nos países e até entre regiões. A fim de se antecipar às reações defensivas que inevitavelmente se gerarão, as escolas afetadas pelos intercâmbios devem definir ações conjuntas, sendo imprescindível o relançamento do antes mencionado planejamento educacional, agora em caráter regional.

Área Temática:
Recursos Humanos
Autor:
CAMPOS, F. E.
BRITO, P.
RIGOLI, F. H.
Período:
1995 a 1999