Tendo em vista os dados já disponíveis e os recentemente divulgados pela Pesquisa Assistência Médica Sanitária de 1999, podem-se assim traçar as principais tendências do mercado de trabalho para os enfermeiros, sua evolução ao longo das três últimas décadas e, ainda, dar continuidade ao lema que constitui um dos objetos do Núcleo de Estudos e Pesquisas de Recursos Humanos em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz. O trabalho mostra a dinâmica dos empregos nas décadas de 70, 80 e 90, delineando as principais características e tendências do mercado de trabalho dos enfermeiros no Brasil, principalmente antes e após a implantação do Sistema Único de Saúde. Os empregos para enfermeiros tiveram um incremento bruto de 435,5% ao longo das três últimas décadas. De 1978 a 1999, os postos de trabalho passaram de 13.104 para 70.175. Observa-se que a expansão ocorreu mais acentuadamente no período de 1992 a 1999. Entretanto, os empregos para enfermeiros ainda ocupam uma pequena fatia no mercado de trabalho em saúde. Em 1999, apenas 4,5% do total de empregos eram ocupados pelos enfermeiros. Pode-se dizer que implantação do SUS ainda não contribuiu para uma melhor distribuição interna dos profissionais dentro da equipe de saúde, pois o mercado de trabalho continua bipolarizado pelos médicos e auxiliares de enfermagem, categorias que detêm juntas 49,5% do total dos empregos do setor. Regionalmente, constata-se que o Sudeste se manteve, ao longo dos anos, com mais de 50% dos empregos para enfermeiros, tornando-se o grande polo de concentração de postos de trabalho para a categoria. Entretanto, já se identifica uma tendência de ampliação de postos de trabalho em outras regiões.