Crise Socioeconômica e Demanda por Profissionais de Saúde no Brasil, 1976-1984

O Brasil, assim como outros países da América Latina, experimentou uma forte recessão em suas atividades econômicas na década de oitenta. O ritmo de expansão de sua economia já vinha declinando desde 1974, mas, a despeito disso, a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto mantinha-se em torno de 7% ao ano. A partir da segunda metade de 1980, o governo decidiu aplicar sistematicamente medidas de impacto recessivo, e o crescimento do PIB caiu, em 1981, para – 16%, permanecendo negativo ou próximo do zero nos anos seguintes. Em um contexto de paralisia dos investimentos públicos e privados, houve uma diminuição da capacidade de geração de empregos. A taxa de desocupação subiu de 2,76%, em 1979, para 4,26%, em 1981. A recuperação do ritmo de crescimento da economia brasileira só veio a ocorrer em 1984-1985. O impacto dessa conjunção de fatores sobre o nível do emprego de médicos e outros profissionais de saúde foi objeto de análise. Ficou evidenciado que durante o período de crise o emprego de profissionais de saúde seguiu um padrão de crescimento peculiar, mas não há indicações de que o nível geral de emprego tenha sofrido uma patente queda em seu ritmo de expansão anual. O segmento público, por outro lado, apresentou, no período, um razoável dinamismo em termos de demanda por profissionais de saúde, o mesmo acontecendo com o segmento privado lucrativo. Houve, entretanto, uma diminuição absoluta do número de empregos no setor filantrópico e beneficente. Para o conjunto da força de trabalho, observou-se urna proeminente tendência para o aumento da participação de algumas categorias profissionais, tais como os médicos, os odontólogos e o grupo de enfermagem.

Área Temática:
Profissionais/Trabalhadores de Saúde
Autor:
NOGUEIRA, R. P.
Período:
1985 a 1989