Uma Discussão sobre os Fatores que Influenciam as Decisões Locacionais de Profissionais de Saúde

O desequilíbrio distributivo de profissionais que atuam na área da saúde no Brasil é um tema que vem sendo retratado pela literatura nacional. Em geral, destaca-se que esses profissionais tendem a se concentrar principalmente nos grandes centros urbanos do país, de modo que muitas regiões localizadas no interior carecem de suas presenças. A explicação para essa distribuição desigual costuma recair sobre os indivíduos. Afirma-se que a concentração nos grandes centros urbanos desses profissionais é consequência de sua busca por melhores salários, condições adequadas para desempenhar suas atividades, disponibilidade de centros de formação e aperfeiçoamento, entre outros fatores. De fato, as análises em nível individual são válidas e pertinentes. Entretanto, este estudo se propõe a discutir o tema da distribuição e da movimentação dos profissionais de saúde pelo território nacional sob outro ponto de vista. Em vez de focalizar as motivações dos indivíduos, opta por analisar o ambiente de atuação dos profissionais. O fundamento para essa opção reside na ideia de que é no ambiente que os profissionais de saúde buscam plasmar (e de fato plasmam) seus objetivos individuais. Daí a relevância de se analisar o ambiente, pois é ele que condiciona as escolhas de alocação desses profissionais. Assim, oferece-se aqui apenas outro modo de olhar o mesmo problema – o da distribuição e da migração desses indivíduos pelo país. Além da necessidade de se aumentar a disponibilidade e tornar a distribuição dos serviços de saúde pelo país mais equânime, a relevância desse tema associa-se também à sua atualidade. Essas questões encontram-se cada vez mais presentes não apenas no meio científico, mas também em discussões da sociedade e no seio do Estado.

Área Temática:
Profissionais/Trabalhadores de Saúde
Autor:
ARAUJO, M. E.
CODES, A. L. M.
SERRANO, A. F.
Período:
2010 a 2015